Tavapensandoaqui sobre a minha aparência.
Estou me sentindo cansado,
com olheiras. É culpa dos tempos de crise, stress. Estou envelhecendo, mas não
quero aceitar ficar velho. Apesar de que essa teimosia deve ser coisa de velho.
Estou ativo no mercado de
trabalho e preciso estar bem e parecer estar bem. Conversando sobre isso com
uma amiga, ela me disse que tem muitos produtos para homens que melhoram essa
situação. Combinamos de ir numa loja para eu ver de perto. As vendedoras me
atenderam e colocaram uma touca nos meus cabelos e foram demonstrando e explicando
o funcionamento e ação de cada produto, na minha própria cara (homem tem cara,
rosto é coisa de mulher).
Eu não entendia nada, elas
iam passando e explicando os benefícios e minha amiga fazia a tradução
simultânea, tipo a tecla SAP dos televisores. Tinha cremes para esfoliar,
máscara fortificante, hidratante, creme para amaciar e para endurecer. Tinha
cremes para escurecer, clarear, base (o que é base?), proteção contra raios
ultravioletas, filtro solar, creme para passar depois da depilação, depois do
banho, para refrescar, etc.
Depilar a barba até que
seria uma boa ideia, eu não gosto de fazer a barba diariamente, mas sou
obrigado a fazer. A vendedora tentou me vender um monte. E eu que nem aplico
protetor solar para jogar bola me vi diante de uma infinidade de artigos que eu
nem tinha ideia que existissem.
No final é claro que comprei
um creme anti-idade para retardar o envelhecimento da cara e outro com vitamina
C para os olhos e paguei os olhos da minha própria cara pelos dois cremes.
Imaginei passar os produtos
e logo depois alguém passar por mim e dizer “nossa, você parece mais novo, o
que você anda fazendo?”. Se pararem de me oferecer o lugar quando eu ando no
Metro aqui em São Paulo, já valeu a pena.
Para funcionar eu teria que
aplicar os produtos pela manhã e à noite e pensei “isso não vai dar certo, não
tenho paciência”. Logo na manhã seguinte coloquei em prática meu tratamento
para eliminar rugas e olheiras.
Abri o creme anti-idade
rosqueando a tampa. Saiu uma lingueta de dentro grudada na tampa cheia de
creme, que eu achei que era o aplicador. Achei estranho e passei a tal lingueta
na cara. Dez dias depois descobri que não era para rosquear a tampa e sim puxar
uma tampinha, sendo que desta forma era só apertar que saia o creme. Mas enfim
são erros de novato.
Em seguida abri o creme para
os olhos. Apertei no topo e saiu um pouco de creme, amarelado, quase que uma
cuspida de lesma, bem pouquinho.
Na loja havia acontecido uma
pequena divergência em relação ao sentido ser o horário ou o anti-horário para a
aplicação do creme dos olhos e decidi passar esfregando para não contrariar
ambas as partes divergentes, que eram minha amiga e a vendedora.
Saí de casa sentindo a cara
melecada. Deu preguiça e não passei à noite. Dia seguinte, acordei fiz a barba
e usei o creme pós-barba com protetor solar.
E então vieram as dúvidas.
Aplicar o creme pós-barba com filtro solar e depois aplicar o creme? Ou aplicar
o creme e depois o protetor solar pós-barba? Ou aplicar o protetor solar
pós-barba e o creme e o protetor solar de novo? Como é que mulher se entende
com tudo o que ela compra?
Uma amiga me falou para eu
dizer como estava sendo a experiência. Não consegui definir exatamente o
resultado. Parece que a pele da cara está menos manchada como observaram duas
amigas.
A cor daquelas almofadinhas abaixo dos olhos ficou mais uniforme com o
resto da cara, mas ainda tem gente me oferecendo o lugar no Metro. Acho que eu
preciso comprar mais cremes. Tava pensando aqui...