domingo, 23 de outubro de 2016

Tavapensandoaqui nas festas temáticas

Tavapensandoaqui nas festas temáticas. Elas existem para que as pessoas tenham motivo para se reunir e para se caracterizarem em um personagem com o qual se identificam. Eu imagino que seja isso. 
Durante meus anos de criança eu ia para os bailes de carnaval vestido com fantasias. Lembro da fantasia de tirolês. Mano, fala sério: o que é um tirolês? O que faz um tirolês? Imagine o que uma criança de seus 7 anos sabe a respeito de um tirolês. Ninguém nunca me perguntou o que eu queira vestir no carnaval ou qual personagem eu admirava. Simplesmente eu ganhava uma fantasia e tinha que ir com ela para um baile de carnaval. Marinheiro eu acho que vesti também. Antes de ir para o baile, passávamos na casa da tia que borrifava lança perfume no meu pulso. Para que servia aquela borrifadinha? Será que era para eu ficar zureta e nem lembrar que estava vestido de tirolês? Alguém tem idéia? 
Mais velho, durante anos eu nunca vesti nenhuma fantasia. Amigas terapeutas não se animem, sou bem resolvido neste assunto. Eu acho. Sei lá. Talvez sim. Quem sabe? Pausa para chorar. Seguindo em frente, sou forte. 
As coisas começaram a mudar depois que casei. No nosso cruzeiro pelo rio Nilo iria acontecer uma festa à fantasia Eu com quase 30 anos. Tinha loja a bordo. Passamos nela e nada alugamos. Minha mulher achava besteira e não queria gastar dinheiro. Na festa, as únicas pessoas de jeans, camiseta e tênis éramos nós. Jurei nunca mais passar vergonha igual àquela. Tal qual Scarlett O’Hara em “E o vento levou”, jurei não mais seguir opinião alheia. Todos se divertindo com suas fantasias de árabes, reis, princesas, odaliscas, sheik e nós ali. Caretas. 
Tempos depois apareceu uma festa da família no Monte Serrat, no salão de festas no famoso morro santista. As primas festeiras (amo) nos convidaram através da minha mãe. Chegamos lá, vestidos normalmente quando todos estavam caracterizados de anos 60. Marilyn Monroe me recebeu na porta e em seguida cumprimentei Elvis Presley (meus primos). Olhei para minha mãe e perguntei “por que não me avisou que era festa dos anos 60?”. Ela disse que era besteira, odiava isso de se vestir com fantasias. E ela me vestia de tirolês, lembram? E eu e mulher novamente passamos um mico perante melindrosas, vestidos de bolinha amarelinho, dançarinas de can-can, James Dean e diversas outras personagens. 
Finalmente apareceu uma festa brega e consegui me produzir. Figurino de sucesso, que foi repetido em outra festa, já que os convidados eram outros. Depois outra festa de uma amiga querida. Fantasiei-me de presidiário 171. Acho que combinou. Tinham mais 5 iguais lá. Minha mulher inclusive, que pela falta de criatividade comprou a mesma fantasia. Depois de uma bronca que dei nela, ela atualizou a fantasia para membro da SWAT, aproveitando para meter o cassetete na minha testa. 
Recentemente surgiu a mania de festejar o Halloween (sou velho, na minha época não existia). Festa brasileira? Não. Achei totalmente fora de propósito. Como é que pode festejar uma data que não tem nada a ver com a gente? Daí eu lembrei-me que o Natal também não tem nada a ver conosco. E também lembrei que a festa do boi-bumbá é brasileira e só comemoram no norte e nordeste. Acho que o fato da fantasia levar chifre deve ser impeditivo para os machistas aqui do sudeste e sul do país adotar a comemoração. 
Mas o Halloween está aí, semana que vem. Que fantasia você vai vestir? Abóbora? Bruxa? Fada? Mago? Fantasma? Morte? Harry Potter? O negócio é comemorar. Estou procurando a minha fantasia. Vamos brincar? Tava pensando aqui...

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Tavapensandoaqui no paradoxo da velocidade máxima que foi reduzida para aumentar a velocidade média

Tavapensandoaqui no paradoxo da velocidade máxima que foi reduzida para aumentar a velocidade média. A velocidade das vias aqui da cidade de São Paulo foi reduzida pelo prefeito que agora se despede depois das eleições de 2016. Saiu porque desagradou a quase todos. A velocidade de todas as vias daqui da cidade foi reduzida até quase ficarem compatíveis com a velocidade de uma bicicleta. Não vou nem falar aqui de ciclovias ou ciclo faixas porque não é meu foco. Como é que se pode reduzir uma velocidade máxima e alcançar uma velocidade média maior? Eu explico, depois de eu mesmo ter perguntado. É verdade o que o ex-prefeito disse, porque ao reduzir a velocidade máxima ele tentou reduzir os acidentes que paralisavam a cidade. Até que o acidente fosse removido, os carros ficavam parados reduzindo a média da velocidade na cidade, que ficava mais baixa que a velocidade de uma bicicleta com rodinhas. Não vou nem falar aqui de ciclovias e ciclo faixas porque não é meu foco. Agora com o novo governante, a velocidade das vias deverá ser novamente a que estava antes. Porém, nesta semana quando eu fui buscar minha filha à noite na Universidade lá em Óz, estava chovendo. Um parêntese aqui, pois eu resolvi escrever “Universidade” porque uma vez falei “escola” e ela me deu uma bronca porque deu um duro danado para entrar na Universidade Federal para eu ficar chamando de escola. Óz é Osasco. Fecha parêntesis. Por causa desta chuva eu fiquei até com pena do ciclista que usa a ciclo faixa, pois com aquela tinta vermelha que foi usada para pintar as bordas das ruas em declive ele corre sério risco de escorregar com sua bike quando estiver chovendo. Não vou nem falar aqui de ciclovias e ciclo faixas porque não é meu foco. Ah, lembrei também dos ciclistas tentando subir aquelas ladeiras enormes com aquela chuva e aquela tinta escorregadia. Mas não vou nem falar aqui de ciclovias e ciclo faixas porque não é meu foco. Nesse dia da chuva então, como eu dizia, imaginei que a velocidade que eu estava andando na via marginal era adequada e proporcionava pouco risco. E lembrei que minha filha vai começar a dirigir assim que tirar a carta de motorista e que ela vai fazer este percurso, mas a velocidade já terá mudado para maior. Assim, do mesmo jeito que fiquei feliz com a troca de governo que vai devolver a velocidade adequada para a cidade eu vou ficar mais preocupado e agora estou achando que a velocidade poderia ser mantida como está. Esse é outro paradoxo, pois ao mesmo tempo em que eu gostei, eu também desgostei. O que eu proponho nesse caso é que a velocidade seja variável alternando conforme o horário, permitindo que a maior velocidade seja praticada num horário mais tarde onde o fluxo de automóveis não se faça tão intenso. Mas o novo governante bem que podia apagar um monte de faixas das bicicletas que não são tão utilizadas deixando apenas aquelas que são realmente úteis para os ciclistas e liberando mais espaço para a circulação dos carros. Mas não vou nem falar aqui de ciclovias e ciclo faixas porque não é meu foco. Haja paradoxo para ficar pensando aqui...