sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Tavapensandoaqui no carnaval

Tavapensandoaqui no carnaval. Estive em Santos uma semana antes desse carnaval de 2017 e eles já fizeram todos os desfiles. Pasmem. A prefeitura antecipou o carnaval, dizendo que assim o folião Santista pode ir pular no Rio de Janeiro. Vai entender. Em minha opinião, todos gostam de carnaval no Brasil. Discorda? Tem certeza? Quem diz que não gosta de carnaval aproveita o feriado prolongado para se retirar, ir para hotéis fazenda, cidades mais afastadas do interior, fazer caminhadas, fazer uns roteiros espirituais, roteiros gastronômicos, colocar a leitura de livros em dia, estudar para alguma coisa, ir para o Chile, Argentina ou Miami. Vai me dizer que a maioria não faz isso? Fazem sim. Nosso feriado de carnaval é conhecido mundialmente. Todo brasileiro gosta de carnaval, quer seja curtindo o próprio carnaval com seus trios elétricos, blocos de rua e escolas de samba ou aproveitando o feriado de outra maneira. E não me venham com esta conversa mole de que o Brasil tem muito feriado. Melhor pesquisar um pouco antes de afirmar isso. Já pensaram em quanto o carnaval é importante para o Brasil? O carnaval brasileiro movimenta a economia do país e o mercado de trabalho. As Escolas de Samba de todo o Brasil empregam milhares de pessoas. Carnaval de rua também. Vi várias pessoas desempregadas e com capacitação para exercer funções em empresas indo trabalhar nas ruas onde estavam os blocos de carnaval. Quem quer trabalhar sempre encontra um jeito. Quando acaba um desfile de carnaval os trabalhos para o ano seguinte já são planejados. Engenheiros, Arquitetos, Médicos e Artistas trabalham para as Escolas de Samba. Advogados também trabalham nos carnavais, principalmente nos contratos para que tudo funcione. Os músicos trabalham e se movimentam para compor o samba enredo das escolas que vão se apresentar com as suas baterias nos diversos sambódromos do país. Costureiras tecem milhares de fantasias. Artistas fazem verdadeiras esculturas e obras de arte para serem vistas nas avenidas. O que dizer então dos milhares de pessoas das comunidades que trabalham durante o ano inteiro para colocar sua escola na avenida? O orgulho destas pessoas não tem preço. Centenas de jornalistas são incumbidas de fazer as matérias e garantem seus empregos em função desta festa maravilhosa. O turismo é beneficiado no país inteiro devido ao feriado de carnaval, quer seja trazendo as pessoas para curtir a festa, quer seja levando as pessoas que não gostam da festa para os destinos alternativos desta época do ano. Os comerciantes que vivem desta festa sorriem de orelha a orelha vendendo fantasias, chapéus, plumas, máscaras, tecidos, bijuterias, maquiagem, cerveja e tudo o mais que representa o nosso carnaval. Por isso eu acho que todo brasileiro gosta de carnaval. Tava pensando aqui...

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Tavapensandoaqui na minha primeira trilha de Bike

Tavapensandoaqui na minha primeira trilha de Bike. Trabalhava com amigos que curtiam esportes de uma forma geral. Essa turminha programava passeio de bike toda semana. Viviam me convidando uma vez que eu pratico esporte regularmente e eu vivia recusando polidamente, porque eu sei que o exercício de pedalar exige uma musculatura da perna diferente da usada nos esportes que eu praticava (futebol, tênis e squash na época). Eu pratiquei MotoCross num passado distante, portanto não era por causa de falta de equilíbrio nem de receio de enfrentar trilhas que eu recusava os amáveis convites. Um dia me convidaram para pedalar e várias desculpas depois eu disse que não tinha bicicleta adequada e imediatamente me arranjaram quem me emprestasse. Fui buscar a bike na casa do amigo e coloquei na revisão para deixá-la zerinho. Comprei material básico adequado, aquela bermuda fofa na região bundal-sacal, capacete, luvas. Joelheira e cotoveleira eu tinha, eram da época que eu jogava vôlei. A trilha de bike seria no Japiapé, cuja piada está pronta, pois íamos andar de bike, aonde o Japi vai a pé. Preparação teórica foi feita, me mostraram o mapa da trilha. Parecia um eletrocardiograma, era um gráfico com picos e vales. Olhei aquilo e vi que no começo fazia um pico pequeno e depois um pico maior, um verdadeiro picão. Perguntei curioso em como ler corretamente aquele mapa e me disseram que era o relevo do terreno. Franzi a testa, torci a boca e olhei desconfiado para aquilo. Não havia tempo para eu fazer academia e me preparar adequadamente e então partimos para a serra do Japiapé. Encontro programado para as seis horas da manhã no supermercado no começo da estrada. Esperamos um dos participantes por uma hora e às sete horas estávamos na estrada para encontrar o outro colega. Encontros e desencontros depois, chegamos quase às 9 horas no local. Arrumamos todo o equipamento e partimos pelo primeiro trecho asfaltado da estrada para depois encontrar a estrada de terra. Vi os primeiros ciclistas sair pela estrada e fui um dos últimos. Logo na curva três, dois simpáticos cachorros resolveram perseguir as bikes e eu me perguntei por que eles escolheram as bikes finais e não ao que iam à frente. Livrando-me dos fofos cãezinhos, na curva oito metade do grupo seguiu e a outra metade parou para arrumar alguma coisa na bike de alguém. Falaram para avisar os apressados para esperarem e eu resolvi alcançá-los. Assim que parti olhei para traz para conferir os que ficaram e quase me espatifei na valeta lateral que acompanha a estrada. Recomposto do susto alcancei os apressadinhos que pararam para aguardar os retardatários. Já na estrada de terra, várias subidinhas e descidinhas me estimularam. Subia forçando os músculos das pernas e chegando ao topo era só alegria para descer em desabalada carreira. Ledo engano. Na descida, pedras estavam no caminho, obrigando a diminuição da velocidade. Comecei a perder a paciência, pois a graça de subir com suor e descer com alegria não rolavam. Além do mais, diversas subidinhas eu fiz a pé, empurrando a bike, pois não tinha força suficiente para pedalar. Chegou a primeira subida íngreme e parei. Lembrei que era o pico do gráfico que haviam me mostrado. Amigos me ajudaram. Eu via a ladeira acima e não via o final dela. Eles começaram a me incentivar, eu a pé, outro amigo puxando a bike. Nessa hora pedi para parar que eu ia voltar. Insistiram. Amigos de verdade não desistem de você. Quase aceitei, mas tenho memória boa. Lembrei-me do gráfico em formato de eletrocardiograma e pensei que estava começando a escalar o pico. Daí eu pensei “ah não, não vou continuar porque depois desta subida que era o primeiro pico do gráfico, vai vir o picão. Tô fora!” disse aos amigos. Dá-me a bike aqui que vou retornar. Insistiram e eu perguntei quantos quilômetros havíamos percorrido. Disseram-me que eram quatro quilômetros. O passeio era de vinte e oito quilômetros. Voltei com absoluta certeza que fiz a escolha certa. Eu, heim? Picão não é para mim. Tava pensando aqui...

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Tavapensandoaqui que a velhice acalma a alma

Recordando uma crônica de setembro de 2015, quando ainda não tinha publicado meu livro.
Tavapensandoaqui que a velhice acalma a alma. Enquanto somos jovens nós somos impacientes e impulsivos. Quando a idade vai avançando nos tornamos mais tolerantes e conseguimos ver as coisas acontecendo sem maiores preocupações.
Um cliente que eu atendi já faz algum tempo estava na melhor idade e escreveu um livro. Vi o livro sobre a mesa de trabalho dele e ele estava feliz pelo lançamento. Ele já tinha filhos e tinha um sítio onde passava os finais de semana.
Deduzi pela minha lógica de programador de computadores que se ele tinha um sítio ele também tinha plantado uma árvore e desta forma o trio de coisas para se realizar na vida estava completo para ele. Ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro são as realizações que temos que fazer nesta vida. Acho que não necessariamente nesta ordem. E não sei quem inventou isso.
Pensei comigo que se aquele pé de feijão que plantamos no algodão dentro do copinho de plástico quando a gente está na escola valer como “árvore” eu estou quase pronto faltando só escrever um livro. Pé de feijão vira uma baita árvore. Pelo menos foi isso que aprendi lendo a fábula.
Continuando a lógica, se essas crônicas que estou escrevendo valerem como “livro” então fechou o meu ciclo. Nessa época que conversei com esse cliente que escreveu o livro eu era o jovem impaciente e impulsivo.
Ele era um sábio senhor e me deu um exemplo de como ele se comportava frente à vida. Deu-me o exemplo de uma viagem que fez com o seu filho dirigindo.
Disse que antes ele tomava as rédeas da viagem e queria saber tudo. Ele me disse que havia mudado e agora fazia questão de sentar no banco traseiro e apenas olhar a paisagem.
Aonde vai o carro, como vai, por aonde vai, quando vai chegar, se tem combustível suficiente, se o pneu tá vazio, onde parar para abastecer, comer, era preocupações que ele não tinha mais. Ele sentava-se e admirava a estrada e via o tempo passar calmamente, sem preocupação.
Será que a vida da gente é para ser assim vivida desta forma? Será essa a mudança que vai nos trazer a sabedoria e vai nos trazer a tão sonhada felicidade?
Mas o tema deste pensamento é sobre a velhice. Entendo que sou ainda muito jovem. Preocupo-me ainda com os meus pneus, com o pedágio, com o combustível. Eu pego taxi e descrevo o trajeto para o taxista fazer. No geral muita coisa ainda me incomoda.
Acho que não estou velho não. Eu continuo impaciente. Mas agora me lembrei de que existem velhos ranzinzas que reclamam de tudo. Será então que estou velho ranzinza? Tava pensando aqui...