Tavapensandoaqui no homem do século passado. Aquele que atendia
ao telefone com fio, assistia TV em preto e branco e ouvia radio em ondas
curtas. Alguns mais abastados tinham vitrolas onde tocavam os LPs de 78
rotações. Se você procurar bem ainda deve encontrar alguns exemplares desses
homens primitivos em perfeito estado de funcionamento andando pelas ruas, com
suas calças largas gastas pelo tempo e arrastando pelo chão, sapato de couro
gasto, mal engraxado, reparado pelas meias-solas e com suas camisas sociais
puídas, gastas pelo tempo que são testemunhas de muita experiência de vida.
Pode vê-los indo em direção a uma praça para encontrar outros seres primitivos
e juntos darem comida aos pombos ou jogarem uma partidinha de damas ou um
carteado. Esse homem primitivo caminhava uns bons quilômetros para ir de casa
ao trabalho, usava roupas cinzentas, sem cores (será que as roupas não tinham
cores ou eu me lembro disso porque vejo as fotos antigas em preto e branco?). Esse
homem do passado vivia em casas com bom espaço de quintal onde criava animais e
onde ficava a bancada de ferramentas que servia para fazer os reparos do
telhado, das calhas, dos sofás que perdiam uma ou duas pernas e eram amparados
por listas telefônicas, ou ainda usar as lixas para desenferrujar as cadeiras e
mesas da cozinha que enferrujavam depois da primeira semana após terem chegado
das lojas Arapuã. O homem antigo esperava pelo aquecimento das válvulas do
aparelho de televisão, esperava que a imagem fosse se formando e aumentando até
atingir as bordas das velhas Telefunken. Subia em telhados para arrumar a
antena da televisão. Aos gritos das mulheres dizendo “mais prá lá ou mais pra
cá” o homem primitivo “trepava” nos telhados para arrumar a antena espinha de
peixe e depois sentava ao sofá para ver, babando (mais de sono do que de
desejo, diga-se de passagem) as belas Chacretes nas tardes de sábado. Agora
estamos numa nova era. Já passamos por diversas delas, tivemos o homem Paliolítico,
o Mesolítico e o Neolítico. O homem de hoje não espera mais nem um minuto por
nada. Quer tudo imediatamente. É informação imediata, resposta imediata, lucro
imediato, decisões imediatas. O que demorava horas para ser feito, agora demora
minutos e o homem de hoje não tem paciência de esperar. A comida fica pronta em
minutos no microondas. A água fervente faz o macarrão no copo ficar pronto imediatamente.
A comida pedida pelo aplicativo tem que chegar em minutos, quente e fresquinha.
Ao sentar-se à mesa o garçom deve estar ao seu lado atendendo ao pedido. E a comida
tem que vir no minuto seguinte. A televisão é ligada e a imagem aparece
instantaneamente. O clique no site da Internet tem que responder em segundos. Tudo
agora é imediato. Com isso, a pressa de quem pede contamina a calma de quem é
cobrado. A população fica ansiosa, em estado de ansiedade. Olhos arregalados,
esbugalhados pelo acompanhamento do videogame de ultima geração. A população
atual está ansiosa por novos recursos nos celulares, novas formas de assistir
filmes em 3D, novas maneiras de aprender a falar línguas em semanas. A
ansiedade cresce, remédios são criados para combater as doenças na ânsia de
buscar saúde imediata e rapidamente. Fazer exercícios deixou de ser suficiente,
o auxílio de produtos energéticos acelera o crescimento dos músculos visíveis e
diminui os outros que estão escondidos dentro da cueca. Estamos entrando agora
na era do homem Ansiolítico. Não é não? Tava pensando aqui...
quinta-feira, 29 de junho de 2017
quinta-feira, 15 de junho de 2017
Tavapensandoaqui na evolução do CPD para empresa de Soluções de TI
Relembrando uma das cronicas do livro #tavapensandoaqui,
sobre o profissional de TI e sua desvalorização no mercado de trabalho.
Tavapensandoaqui na evolução do CPD para empresa de Soluções de TI.
Centro de Processamento de Dados – CPD - era o nome pomposo do local onde
ficavam os computadores mainframe no século passado e todas as grandes empresas
tinham orgulho de mostrar aos clientes, fornecedores e concorrentes. No CPD
envidraçado para todos verem, trabalhavam profissionais bem remunerados para
fazer as informações da empresa fluírem de forma correta dentro da empresa.
Grandes computadores ocupavam salas refrigeradas, esterilizadas e com cabeamento
subterrâneo para manter os caríssimos equipamentos. Um programador em inicio de
carreira ganhava por mês 8 vezes o valor de uma mensalidade de Faculdade de
Engenharia (eu próprio). De CPD a área passou a chamar Informática. Nesta época
chegaram os PC, Personal Computers com seus vídeos cabeçudos, suas impressoras
matriciais portáteis e seus abafadores de ruído enormes, verdadeiros
trambolhos. De Informática a nomenclatura evoluiu para Soluções de TI –
Tecnologia da Informação. E o telefone celular hoje tem mais capacidade de
processamento que um CPD antigo. E o técnico em TI hoje ganha menos que o dobro
de uma mensalidade de uma Faculdade de Engenharia. O que aconteceu entre o
tempo do CPD e a atual fase de Soluções de TI? Aconteceu que as grandes
empresas inventaram que deveriam trabalhar apenas no seu nicho de
especialização e retiraram de dentro de si os profissionais que não tinham nada
a ver com a sua atividade principal. Por exemplo, um Banco ou Fábrica não
precisam de uma profissional que varre o chão, limpa os móveis e os banheiros.
Terceirizou. Não precisa de alguém para fazer o cafezinho e o almoço do
pessoal. Terceirizou. Não precisa de um segurança. Terceirizou. Não precisa de
um especialista em eletricidade e ar-condicionado. Terceirizou. Não precisa de
um profissional de TI. Terceirizou. O que aconteceu em comum com todas estas
profissões? Uma faxineira de uma grande empresa ganhava melhor e tinha
benefícios que a empresa dava. Perdeu tudo. Uma cozinheira e um garçom? Idem.
Um segurança? Idem. Um mecânico e eletricista de manutenção? Idem. Um
profissional de TI? Idem. E hoje o profissional de Tecnologia de Informação é
considerado um prestador de serviço igual aos outros com a diferença que não
usa uniforme. Ainda. Se bem que já vi os profissionais, acho que são da Harry
Potter IT Solutions, pois entram no cliente portando a camisa azul escuro com
as iniciais da empresa. Tava pensando aqui..
quinta-feira, 1 de junho de 2017
Tavapensandoaqui que o impossível é só questão de opinião
Tavapensandoaqui que o
impossível é só questão de opinião. Todos nós sabemos. Ou será que só os loucos
sabem? Todo mundo tem um amigo louco. Se você não tem um, pare para pensar ou
pense andando mesmo e veja se o louco é você.
Todos nós devemos ter um sonho
que desejamos realizar. Tudo que pensamos pode se tornar realidade, segundo
consta em vários pensamentos filosóficos postados nas redes sociais e escritos
em livros de auto-ajuda. Esse é o tal “Segredo” que um monte de fofoqueiros
contou para todo mundo. Já aconteceu comigo.
Quando eu era vice-troço de um sub-treco,
década de 80, na minha gestão fizemos uma festa de fim de ano e compramos
diversos mimos para distribuir no bingo beneficente em beneficio do próprio
clube. Quando comprei o LP da minha roqueira preferida, olhei para ele e disse
“é meu”. Tenho testemunha, embora não me lembre quem seja. Nessa época os
artistas lançavam um LP por ano.
Esses discos eram caros, não era todo mundo
que tinha vitrola para tocar os discos e nem todos tinham poder aquisitivo para
comprar um monte deles. Chegou no dia do bingo, a minha cartela daquele mimo
foi a vencedora. Poder do pensamento. Um amigo tinha uma bicicleta com freio a
tambor no pedal traseiro e começou a fazer macaquices pela pedreira que ficava
na esquina da minha casa no bairro do Marapé em Santos.
Quando você deseja muito alguma coisa com muita fé o Universo conspira para
realizar seu desejo. O Universo atualmente está muito cheio de pedidos para
ganhar na Mega Sena, melhor não insistir neste desejo. Para conseguir aquilo
que você deseja você deve ter fé e merecimento. Se tiver dinheiro talvez o
pedido seja mais fácil de realizar. Mas se esse não é seu caso, muito trabalho
será necessário para o sonho ser alcançado.
Eu me formei recentemente como Coach
e um amigo recente se interessou pelo assunto e me pediu uma explicação sobre o
que se tratava. Eu lhe disse que se fosse explicar matematicamente, diria que é
uma forma prática de chegar do ponto “A” ao ponto “B” de maneira rápida. Ele
perguntou então se era igual ao Ubber. Eu lhe disse que não. Que era uma forma
de tornar seu sonho realidade.
Ele disse que tinha um sonho de ganhar um milhão
de reais. Perguntei o que ele estava fazendo para realizar o sonho. Ele disse
que não estava fazendo nada de especial, jogava na loteria de quando em vez. Disse-lhe que,
caso ele não fizesse nada, não iria ter um milhão do dia para a noite.
Perguntei-lhe o quanto ganhava ao mês. Peguei o valor que ele me passou e usei
como divisor para o valor de um milhão. Ao ver o resultado em anos, ele decidiu
que seu sonho agora era juntar uns vinte mil reais.
Podemos também ajustar
nossos sonhos, mas o impossível é mesmo questão de opinião. Que tal pensar
sobre o assunto? Qual o seu sonho? Você está trabalhando para torná-lo
realidade? Tava pensando aqui...
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