sábado, 10 de outubro de 2015
Tavapensandoaqui na estória do Crélson troca palavras
Tavapensandoaqui na estória
do Crélson troca palavras. Crélson morava num apartamento pequeno estilo
cotonete daqueles que tem só quarto e cozinha. Acordava cedo pra trabalhar na
obra e conseguir pagar o aluguer. Nossa estória começa com o dia nasceno e com
uma grande nebrina cobrindo a cidade. No dia anterior ele tinha chego bêbedo de
tanta cachaça. O amigo Tião é que tinha trago ele no seu pequeno camião,
daqueles de fazer carreto na comunidade. Sua mulher era vadiosa tinha sempre
hora marcada no cabelerero, passava creme de rejuvelhecimento, fazia mão dicuri
e pé dicuri toda semana. Ela era faixeneira no escretório de um doutor adevogado.
Ao sair cedinho ela deixou a lista de compras prá Crélson fazer. Crélson
acordou pouco despois da mulher sair. Se lavou, escovou os dentes com o creme
dental anti-caspa e vestiu roupa de inferno pois fazia uns 17 degraus lá fora.
Foi fazer um cafezinho e procurar um pão sem glúteos para passar a margarida e colocar
a mortandela. Comeu e foi fazer a malmita, pegou o arroz e o bife com molho
Barbie kill que estavam na geladeira e colocou no tapué pra levar pra ao
mossar. Estava sem grana pra ir naqueles restaurantes serve-serve-se. Em
seguida regou as violentas da janela que a mulher tratava com tanto carinho.
Calçou os chilenos mesmo com aquele frio e na banca do seu Manuel deu uma
esfoleada nos jornais para saber o resultado do jogo do Framengo e ficou
sabendo que o gol foi do centroavante que sempre estava ali pela zona do
agrilhão e que se contundiu na comemoração ao dar calhambota no ar. O dia no
trabalho correu tranqüilo, era só meio perildo e Crélson era disciplinado e não
costumava nem falar aquelas palavras de baixo escalão. Indo pra casa passou na
vendinha que ainda dava sacolinha de grátis, foi comprando o absolvente, o
sulflair, leite condenado, sebola, melansia, brejela, desodorante pra
aquissilas e uns negócios diet, pois a mulher queria esmagrecer. Chegando em
casa afagou o lavrador do vizinho que estava por ali, viu os meninos brincando
com aqueles carrinho de prástico Hot Wilson e entrou em casa feliz. A mulher
havia passado antes na lã rauzi pra fazer o pedido das tapué que ela vendia. Pra
janta estavam pensando em pedir uma pítiça com guaraná, mas a grana tava curta
então não tinha probrema, fizeram mesmo um X-bancon e X-ergues para a janta.
Dormiram felizes. Este texto é uma ménage ao amigo Marcelo Marone, que está me
devendo uma história parecida com esta, mas muito mais emocionante pois envolve
poliça, ladrão, perçeguissão pelas casas germinadas, tiros de fuzil na gurita e
outros que tais. Prometo publicar aqui quando ele me contar toda a história (e
eu gravar, claro, pois já ouvi um monte de vezes e não consigo guardar). Tava
pensando aqui...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário