terça-feira, 22 de março de 2016

Tavapensandoaqui que odeio vento e adoro pastel



Tavapensandoaqui que odeio vento e adoro pastel. Toda historia tem amor e ódio então o título deveria ser amo pastel e odeio vento. Não tem nada a ver com pastel de vento. Mas porque tanto ódio no coração? Isso ataca o fígado eu acho. Mas acabei de passar por uma tremenda desilusão “amizaderosa”. 
Quando passamos por uma desilusão no amor é desilusão amorosa, creio que a mesma desilusão na amizade seria “amizaderosa”. As palavras deveriam ser claras para exprimir o seu significado. Por exemplo, uma amiga canta em um grupo que se chama “Vintage”. Ela disse que o grupo tem uns 20 anos. Imaginei que o nome correto agora seria “Quarentage” para identificar melhor. 
Mas a desilusão aconteceu quando uma amiga querida, agora ex-querida, desmarcou um almoço comigo e me fez a desfeita de cancelar em cima da hora, porque estava em importante reunião. E que a reunião não iria parar. O pessoal já havia encomendado salgadinhos para não sair da sala. Desejei que ela devorasse as coxinhas e queimasse a língua na bolinha de queijo. Geralmente a bolinha vem morna por fora e dentro tem aquele queijo pelando. Desejei também que o kibe estivesse ressecado. E que viesse refrigerante sem gelo. 
Outro dia um amigo meu comentou que eu devia escrever sobre o pastel, já que estávamos saboreando um ou dois ou três pasteis, com um litro de garapa (caldo de cana para os menos íntimos) em plena feira do Butantã, um bairro aqui de São Paulo. Eu disse a ele que gostava de pasteis e que havia escrito isso alguma vez. Mas hoje resolvi enfiar o pé na jaca para acalmar minha desilusão “amizaderosa”. 
Fui à feira e pedi logo dois pasteis. Um de carne e outro de bauru. Pedi a garapa na barraca ao lado, meio litro. As barraquinhas de pastel e garapa andam aos pares aqui, tais qual Cosme e Damião. A atendente da garapa me deu mais um copo de 200 mililitros para eu tomar enquanto ela enchia a garrafinha. 
Sentei-me à mesa (na cadeira, seu engraçadinho) e o vento deste início de outono soprava “suavemente” de baixo para cima levantando a toalha plástica xadrez vermelha e branca que cobria a mesinha de plástico. A mesinha tinha em cima dela os molhos e saches que conseguiam fazer um peso para manter a toalha por ali. 
Coloquei meu chaveiro e moedeiro pesado na beira da mesa segurando a toalha, mas o vento soprava pelos quatro cantos da mesa, num fenômeno climatológico chamado “vento soprando só para encher o meu saco”. 
A cada mordida no pastel eu precisava segurar o copo de garapa. E o vento continuou incessante e determinado a soprar minha toalha de mesa até eu acabar meu almoço. No final postei a foto do pastel para a minha amiga morrer de inveja. 
Pronto, estou vingado. Vingança é um prato que se come frio, mas o pastel estava quentinho e muito gostoso. Espero que a bolinha de queijo da minha amiga também estivesse bem quentinha. Ha ha ha! 
Mentira total. Amiga maravilhosa, a brincadeira aqui é só para rirmos um pouco. E ela ri muito! Tava pensando aqui...

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