domingo, 5 de fevereiro de 2017

Tavapensandoaqui que a velhice acalma a alma

Recordando uma crônica de setembro de 2015, quando ainda não tinha publicado meu livro.
Tavapensandoaqui que a velhice acalma a alma. Enquanto somos jovens nós somos impacientes e impulsivos. Quando a idade vai avançando nos tornamos mais tolerantes e conseguimos ver as coisas acontecendo sem maiores preocupações.
Um cliente que eu atendi já faz algum tempo estava na melhor idade e escreveu um livro. Vi o livro sobre a mesa de trabalho dele e ele estava feliz pelo lançamento. Ele já tinha filhos e tinha um sítio onde passava os finais de semana.
Deduzi pela minha lógica de programador de computadores que se ele tinha um sítio ele também tinha plantado uma árvore e desta forma o trio de coisas para se realizar na vida estava completo para ele. Ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro são as realizações que temos que fazer nesta vida. Acho que não necessariamente nesta ordem. E não sei quem inventou isso.
Pensei comigo que se aquele pé de feijão que plantamos no algodão dentro do copinho de plástico quando a gente está na escola valer como “árvore” eu estou quase pronto faltando só escrever um livro. Pé de feijão vira uma baita árvore. Pelo menos foi isso que aprendi lendo a fábula.
Continuando a lógica, se essas crônicas que estou escrevendo valerem como “livro” então fechou o meu ciclo. Nessa época que conversei com esse cliente que escreveu o livro eu era o jovem impaciente e impulsivo.
Ele era um sábio senhor e me deu um exemplo de como ele se comportava frente à vida. Deu-me o exemplo de uma viagem que fez com o seu filho dirigindo.
Disse que antes ele tomava as rédeas da viagem e queria saber tudo. Ele me disse que havia mudado e agora fazia questão de sentar no banco traseiro e apenas olhar a paisagem.
Aonde vai o carro, como vai, por aonde vai, quando vai chegar, se tem combustível suficiente, se o pneu tá vazio, onde parar para abastecer, comer, era preocupações que ele não tinha mais. Ele sentava-se e admirava a estrada e via o tempo passar calmamente, sem preocupação.
Será que a vida da gente é para ser assim vivida desta forma? Será essa a mudança que vai nos trazer a sabedoria e vai nos trazer a tão sonhada felicidade?
Mas o tema deste pensamento é sobre a velhice. Entendo que sou ainda muito jovem. Preocupo-me ainda com os meus pneus, com o pedágio, com o combustível. Eu pego taxi e descrevo o trajeto para o taxista fazer. No geral muita coisa ainda me incomoda.
Acho que não estou velho não. Eu continuo impaciente. Mas agora me lembrei de que existem velhos ranzinzas que reclamam de tudo. Será então que estou velho ranzinza? Tava pensando aqui...

Nenhum comentário:

Postar um comentário