quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Tavapensandoaqui nas fotos antigas

Tavapensandoaqui nas fotos antigas.

Você que tem por volta de 30 anos também vai pensar que estou falando das suas fotos antigas. Não. Estou falando de fotos mais velhas do que você. Século passado. E nem vou falar da época em que as máquinas fotográficas eram colocadas na sua barriga e você olhava para baixo para enxergar e fazer o foco.
Vou falar das fotos tiradas com as máquinas que você colocava o olho no quadradinho em cima dela e fechava o outro olho. Não tinha tela de LED nas máquinas antigas. E falo das fotos coloridas, apesar de haver opção de filme P&B que era mais barato.
Nesta época dos anos 70 e mais precisamente ao que eu quero me referir dos anos 80 eu já tinha mais de 20 anos e várias viagens que fiz foram fotografadas por uma máquina dessas. Ela fazia foco automático e tinha flash.
Os filmes para estas máquinas tinham a sua graduação medida em ASA e não em Pixels. Os filmes tinham 12 poses, 24 ou então 36. Você mais novinho vai me perguntar “oi”? Sim, eles tinham esta medida e você ia tirando foto e controlando pelo contador de fotos.
Nem vou lembrar aqui das vezes em que comprávamos filme ASA 400 e não regulávamos a máquina para este filme, perdendo todas as fotos tiradas na viagem. Também nem quero lembrar-me das vezes que a máquina era aberta e o filme não havia sido enrolado (queimavam todas as fotos também).
Muitas vezes você fazia uma viagem com um filme de 36 poses e como ainda faltavam fotos para ser tirada você não revelava o filme.
Você esperava chegar o aniversário da tia para gastar as fotos restantes e depois colocar o filme para revelar. Sua viagem foi em fevereiro no carnaval e sua tia fazia aniversário no dia da criança (12 de outubro). Era assim sim. Por quê?
Era caro, custava muito. Tinha um pouco de burrice também nesta atitude, vamos admitir. Eu demorei a pensar assim e também guardei muito filme para gastar todas as fotos. Era só revelar as fotos tiradas e pagar apenas as que saíram, uma vez que o preço do filme não era assim tão absurdo. Por que abordei este tema?
Não era para falar dos filmes nem das máquinas fotográficas. Era para falar das poses das fotos. Revendo álbuns antigos, vi que nos comportávamos da seguinte maneira ao tirar a foto em frente da catedral da cidade. A gente se posicionava num ponto da praça (toda catedral fica na praça) onde a máquina conseguiria colocar a catedral inteira na foto.
Então você falava: “espera aí, eu quero sair na foto” e corria até chegar à porta da catedral onde achava que alguém ia conseguir enxergá-lo quando olhasse a foto revelada. O pior é que a outra pessoa tirava a foto, apesar de enxergar você como um pontinho na porta da catedral.
Aí você revelava a foto (sendo que várias fotos foram batidas desta forma, com você parecendo um pontinho) e mostrava para todo mundo dizendo que a catedral era linda e todos te enxergavam lá na porta. Pior do pior ainda é ver esta mesma foto hoje. Você pega a foto. Tamanho 9 x 12cm (10 x 15cm era mais caro para revelar). Você olha a foto hoje e ela está meio sem foco e amarelada. Vê a catedral. Vê um ponto na porta. Não consegue enxergar direito e teima em não buscar os óculos. Lembra que você esteve lá.
Mas acaba em dúvida se era você na porta da catedral ou era seu acompanhante.
Hoje, nos tempos da “selfie” é tudo tão mais fácil, a nossa cara aparece em primeiro plano em todas as fotos. Acho muito melhor.
E você? Que tal buscar seu álbum de fotos? Ou os slides? Ou aqueles binóculos pequenininhos que você olhava com um olho só contra a luz? Tava pensando aqui...

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