quarta-feira, 25 de maio de 2016

Tavapensandoaqui que sempre cruzo com um colega no trabalho.


(Do livro #tavapensandoaqui) Tavapensandoaqui que sempre cruzo com um colega no trabalho.

Eu não trabalhava diretamente com ele, mas estávamos no mesmo andar e sempre nos víamos. A quantidade de gente que eu conhecia pelo nome no andar era pequena porque não faziam parte da minha equipe. Meu trabalho era escrever sobre a nova rotina que esse cliente deveria seguir após a implantação do projeto e o contato com os colegas deste andar era apenas com as pessoas chaves para o projeto. Mas com esse colega eram mais frequentes os encontros. Num belo dia escutei uma conversa entre ele e entre os colegas que o conheciam e então escutei um nome no meio da conversa e associei ser o seu nome. Rodrigo. Comecei então a chamá-lo pelo nome quando a gente se encontrava. Rodrigo prá cá, Rodrigo prá lá.
Rolavam bons papos de futebol no banheiro enquanto escovamos os dentes. Na copa enquanto rolava um café ou enquanto se fazia a compra de um salgadinho ou refrigerante na máquina automática também corriam boas conversas. Enquanto se folheavam as páginas de um jornal ou revista sempre acabava surgindo um assunto para render uma conversa. Era sobre algum acidente grave ou sobre alguma manchete no caderno de economia.
Bom de papo esse Rodrigo, sujeito legal. Um belo dia chegou o aniversário dele. Quando chega o dia do aniversário dos colaboradores as empresas costumam colocar alguns adereços na mesa da pessoa para que todos possam saber que aquela pessoa é aniversariante. A mesa dele apareceu decorada nesse dia com balões de gás e cataventos coloridos e pensei em levar um abraço ao amigo Rodrigo.
Mas o serviço estava apertado naquele dia. Então o dia passou e acabei perdendo a oportunidade de cumprimentá-lo antes dos companheiros irem até ele com o presente comunitário. Também é praxe nas equipes fazer uma coleta de dinheiro e sempre comprar uma lembrancinha para o aniversariante.
Durante os “parabéns a você, nesta data querida” todos gritaram ao final das palmas: “e para o Alexandre naaaaadaaaaa? Tuuuudooooo! Alexandre! Alexandre! Alexandre!”. Então. Era aniversário do Alexandre, o meu grande amigo que eu chamava de Rodrigo. Pensei em levar meus cumprimentos a ele, pegar um bombom e me desculpar pelo equívoco. Decidi não ir.
Mas acho que vou continuar a chamá-lo de Rodrigo ou evitar falar o nome dele por um tempo e chamá-lo de Alexandre mais para frente como se nada tivesse acontecido. Afinal, se eu for falar com ele agora sobre meu engano vou ser obrigado a informá-lo que não me chamo Toninho. Não quero deixá-lo constrangido. Boa gente esse Alexandre. Vou deixá-lo descobrir meu nome no meu aniversário, que já está quase chegando também. Tava pensando aqui...

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