quarta-feira, 4 de janeiro de 2017
Tavapensandoaqui em escrever sobre minhas amigas
Tavapensandoaqui em escrever sobre minhas amigas. É uma
ideia antiga que eu tive muito antes de começar a escrever as crônicas.
Enquanto eu fiquei pensando, descobri que outro escritor roubou minha ideia e escreveu
exatamente o livro que eu queria escrever. Escreveu sobre as amigas dele, não
sobre as minhas. É um jornalista, cronista e escritor experiente e que tem
outros livros escritos. Chegou a dar entrevistas nesses programas que
entrevistam as pessoas cara a cara (é claro que ele não ia dar entrevista em
novela, dãããã). O que eu quis dizer é que ele tem prestígio suficiente para
aparecer na televisão e divulgar sua obra, diferente de “euzinho aqui” que paga
para fazer um livro e que ainda batalha para conseguir a divulgação pelos meios
de comunicação. Voltando às amigas do outro escritor, que nem são tão
interessantes assim como as minhas, ele conta histórias singelas e bem
bobinhas, dizendo que uma delas carrega um vibrador nas viagens internacionais
e que às vezes o bichinho dispara na frente dos agentes da alfândega. Outra
costuma usar saltos altíssimos para ir até na praia. Tenho umas 18 amigas
assim. Outra tem coleção de sapatos, coisa bem comum nas minhas amigas também. Outra
descobriu que a bancada de cosméticos do marido era maior que a dela e hoje
isso é muito natural, eu mesmo tenho muito mais cremes que a minha mulher. Que
graça tem em contar histórias assim? Outra se apaixonou pelo colega de
trabalho. Quer coisa mais banal que isso? Coisas assim. Um livro muito sem
graça. Eu fiquei pensando que seria muito difícil escrever as histórias que
tenho juntado com minhas amigas. Por diversas vezes eu troco informações com
elas, confidências da vida pessoal, da vida familiar e do trabalho. Seria
impossível fazer um livro contando as histórias porque não teria como esconder
que a história é daquela pessoa. A cada história que eu contasse, teria que
obter a aprovação da pessoa e tenho quase certeza que vários trechos das
histórias seriam censurados. Seria a mesma coisa que escrever a biografia não
autorizada de alguma celebridade e tomar um processo pela frente para retirar
aquilo que foi escrito. Quando lancei meu livro escutei diversos comentários
das pessoas que me prestigiaram, falando que tinham também intenção de lançar
um livro. Os temas que me informaram eram variados, histórias infantis com
ilustrações, livros de histórias que aconteciam na família engraçada, romance,
histórias de ficção ou aventuras. Entre o ato de pensar e o ato de fazer existe
um caminho muito longo. Não é fácil escrever sobre algum acontecimento
engraçado ou uma gafe, sem deixar a pessoa que cometeu o ato sem jeito. Por
mais que se esconda o autor da façanha, o fato em si deve ter acontecido em
frente a testemunhas. Como falar do tio bêbado mijando no poste no caminho de
casa sem que a tia se sinta ofendida? Como contar que vomitaram no seu carro no
final de ano e que o cheiro continuou até o Natal seguinte, sem que a pessoa
que cometeu o ato se sinta mal em ter cometido tal feito? Por isso que não dá
mesmo para escrever sobre as minhas amigas, que pena. Mas acho que dá para
contar aquela da que esqueceu o filho na churrascaria... sei lá. Tava pensando
aqui...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário