Tavapensandoaqui no carro
do ovo. Eis que passa em pleno sábado pela minha rua o carro do ovo anunciando
trinta ovos extras brancos por doze reais. Depois do advento do extra branco,
que mais parece propaganda de sabão em pó, fico eu aqui imaginando se aparecesse
um concorrente do carro do ovo, talvez a Van do Ovo ou o “Truck-egg” em formato
oval e contratasse uma empresa de marketing para promover seu produto. Eles
inventariam para concorrer com esses carros de ovos, quem sabe, anunciando os
30 ovos “alvejados”, igual àqueles panos de prato vendidos nos cruzamentos aqui
de São Paulo, a onze reais e noventa e nove centavos. Fica a dica, caso queiram
usar, nem cobrarei pelos direitos de criação. Mas voltando ao carro do ovo, da
janela de meu apartamento eu escuto seu autofalante ao longe anunciando o
produto e minha mulher me disse “corre lá e compra”. Então eu, escutando o som
ficando cada vez mais perto, levantei-me e parei de assistir a “Netflix” no meu
i-Pad, saí sem nem colocar a cueca por debaixo da bermuda e desci pelo
elevador. Ao chegar à rua ouvi o som do carro ao longe, ela havia passado pela
minha porta e seguiu pela rua virando a esquina. Segui atrás, pensando que ele
iria parar na próxima rua e o som foi desaparecendo e sumiu. Voltei pela minha
rua e ouvi novamente o som do autofalante se aproximando e vi o carro do ovo
entrando na minha rua novamente no quarteirão seguinte, indo no sentido inverso
e fui de novo atrás dele. Novamente o som sumiu junto com o carro e voltei para
casa sem ovo. Caramba, como é que alguém pensa em vender alguma coisa na rua se
não estaciona para que as pessoas possam comprar? O carro passou por diversas
ruas à nossa volta, anunciando seu produto e não parou em momento algum. Depois
o infeliz do vendedor vai voltar para sua casa e dizer que as vendas foram
fracas. Vai dizer para a mulher que nesse dia as pessoas saíram para viajar ou
outra desculpa qualquer. Imagino a esposa lhe perguntando quanto tempo ele
ficou estacionado e ele respondendo que “sim, claro, parei o carro um tempão e
não veio ninguém” porque ele não é bobo de discordar da mulher. Nesse momento
da resposta tenho certeza que ele pensou “Ué, tinha que parar?”. Fiquei muito indignado,
sem os desejados ovos e o vendedor voltou para a sua granja e espero que tenha
enfiado os ovos de volta no “fiofó” das galinhas para mantê-los frescos. Tava
pensando aqui...
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