domingo, 6 de janeiro de 2019

Tavapensandoaqui no carro do ovo


Tavapensandoaqui no carro do ovo. Eis que passa em pleno sábado pela minha rua o carro do ovo anunciando trinta ovos extras brancos por doze reais. Depois do advento do extra branco, que mais parece propaganda de sabão em pó, fico eu aqui imaginando se aparecesse um concorrente do carro do ovo, talvez a Van do Ovo ou o “Truck-egg” em formato oval e contratasse uma empresa de marketing para promover seu produto. Eles inventariam para concorrer com esses carros de ovos, quem sabe, anunciando os 30 ovos “alvejados”, igual àqueles panos de prato vendidos nos cruzamentos aqui de São Paulo, a onze reais e noventa e nove centavos. Fica a dica, caso queiram usar, nem cobrarei pelos direitos de criação. Mas voltando ao carro do ovo, da janela de meu apartamento eu escuto seu autofalante ao longe anunciando o produto e minha mulher me disse “corre lá e compra”. Então eu, escutando o som ficando cada vez mais perto, levantei-me e parei de assistir a “Netflix” no meu i-Pad, saí sem nem colocar a cueca por debaixo da bermuda e desci pelo elevador. Ao chegar à rua ouvi o som do carro ao longe, ela havia passado pela minha porta e seguiu pela rua virando a esquina. Segui atrás, pensando que ele iria parar na próxima rua e o som foi desaparecendo e sumiu. Voltei pela minha rua e ouvi novamente o som do autofalante se aproximando e vi o carro do ovo entrando na minha rua novamente no quarteirão seguinte, indo no sentido inverso e fui de novo atrás dele. Novamente o som sumiu junto com o carro e voltei para casa sem ovo. Caramba, como é que alguém pensa em vender alguma coisa na rua se não estaciona para que as pessoas possam comprar? O carro passou por diversas ruas à nossa volta, anunciando seu produto e não parou em momento algum. Depois o infeliz do vendedor vai voltar para sua casa e dizer que as vendas foram fracas. Vai dizer para a mulher que nesse dia as pessoas saíram para viajar ou outra desculpa qualquer. Imagino a esposa lhe perguntando quanto tempo ele ficou estacionado e ele respondendo que “sim, claro, parei o carro um tempão e não veio ninguém” porque ele não é bobo de discordar da mulher. Nesse momento da resposta tenho certeza que ele pensou “Ué, tinha que parar?”. Fiquei muito indignado, sem os desejados ovos e o vendedor voltou para a sua granja e espero que tenha enfiado os ovos de volta no “fiofó” das galinhas para mantê-los frescos. Tava pensando aqui...

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