Tavapensandoaqui no ser
humano muito prestativo. Neste fim de semana que passou, eu presenciei uma
situação que vou descrever em forma de parábola, portanto, baseado em fatos reais.
Faz tempo que não escrevo uma historinha, estava com saudades. Era uma vez, um
prestativo ser humano que foi contratado para trabalhar em uma adega que
produzia vinhos de muita qualidade, daqueles que eu não tenho coragem de
comprar. Esse ser humano prestativo foi contratado para ser o responsável a girar
as garrafas do famoso e caríssimo vinho seguindo as normas de qualidade
vinho-9001, inventada por mim nesta parábola, pois afinal ela é minha e faço o
que eu quiser. A norma vinho-9001 dizia que as garrafas deveriam ser rodadas em
três quartos de giro a cada vez que a umidade do ar e a temperatura atingissem
os parâmetros determinados. Três turnos eram necessários para manter essa
qualidade e o ser humano prestativo a que me refiro era o responsável por essa
nobre tarefa no horário comercial, ou seja, aquele período normal de trabalho
que não paga pelas horas extras. Acontece que ao lado da adega, ficava a loja
que vendia os produtos da vinícola, vendia doces, salgados e vinhos, obviamente.
O ser humano prestativo, entediado com a rolagem das garrafas começou a visitar
a lojinha e sendo ele um ser humano muito prestativo, começou a ajudar na
lojinha. No primeiro dia levou uma xícara de café que estava na mesa, para o
balcão. No segundo dia, levou xícaras e pratinhos para o balcão. No terceiro
dia, levou copos e pratos para lavar e passou pano nas mesas. No quarto dia,
lavou pratos e copos e xícaras. No quinto dia passou pano úmido no chão da
lojinha. No sexto dia lavou banheiro e até desentupiu a latrina. Sentia-se
muito prestativo. Claro que fazia essas tarefas e ficava de olho na sua
principal responsabilidade, que era girar as garrafas de vinho conforme
determinava a norma. Eis que um dia (toda parábola tem “um certo dia...”), o responsável
por fazer o famoso bolo de vinho da famosa vinícola, faltou (se não existe bolo
de vinho, a parábola é minha, portanto...). O ser humano prestativo então, se prontificou
a ajudar na confecção do bolo e é claro que nesta tarefa mais demorada, ele deixou
de fazer o giro necessário nas garrafas de vinho da famosa vinícola, gerando
uma perda considerável na qualidade do tal vinho que eles produziam. Desnecessário
dizer que o ser humano prestativo foi chamado na chincha para ser devidamente
dispensado de suas atividades e desnecessário dizer que ele não entendeu qual o
motivo da sua dispensa, uma vez que ele foi ajudar na confecção do bolo tão
famoso da loja da vinícola. Ele pensou “caramba, como que os turistas podem
ficar sem o bolo de vinho?” sem entender que causou enorme prejuízo ao patrão
pela queda de qualidade do vinho produzido. E viveram felizes para sempre. Fim da
parábola. Para refletir, faço algumas perguntas: Quantas vezes você faz aquilo
que acha que deve fazer e não faz aquilo que deveria fazer? Quantas vezes você
pensa pequeno agindo por sua conta, desprezando o que acontece no sistema como
um todo? Quantas vezes você pensa ser útil, ajudar e não é isso que acontece?
Quantas vezes te falam isso e você não escuta? Tava pensando aqui...
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