quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Tavapensandoaqui no ser humano muito prestativo


Tavapensandoaqui no ser humano muito prestativo. Neste fim de semana que passou, eu presenciei uma situação que vou descrever em forma de parábola, portanto, baseado em fatos reais. Faz tempo que não escrevo uma historinha, estava com saudades. Era uma vez, um prestativo ser humano que foi contratado para trabalhar em uma adega que produzia vinhos de muita qualidade, daqueles que eu não tenho coragem de comprar. Esse ser humano prestativo foi contratado para ser o responsável a girar as garrafas do famoso e caríssimo vinho seguindo as normas de qualidade vinho-9001, inventada por mim nesta parábola, pois afinal ela é minha e faço o que eu quiser. A norma vinho-9001 dizia que as garrafas deveriam ser rodadas em três quartos de giro a cada vez que a umidade do ar e a temperatura atingissem os parâmetros determinados. Três turnos eram necessários para manter essa qualidade e o ser humano prestativo a que me refiro era o responsável por essa nobre tarefa no horário comercial, ou seja, aquele período normal de trabalho que não paga pelas horas extras. Acontece que ao lado da adega, ficava a loja que vendia os produtos da vinícola, vendia doces, salgados e vinhos, obviamente. O ser humano prestativo, entediado com a rolagem das garrafas começou a visitar a lojinha e sendo ele um ser humano muito prestativo, começou a ajudar na lojinha. No primeiro dia levou uma xícara de café que estava na mesa, para o balcão. No segundo dia, levou xícaras e pratinhos para o balcão. No terceiro dia, levou copos e pratos para lavar e passou pano nas mesas. No quarto dia, lavou pratos e copos e xícaras. No quinto dia passou pano úmido no chão da lojinha. No sexto dia lavou banheiro e até desentupiu a latrina. Sentia-se muito prestativo. Claro que fazia essas tarefas e ficava de olho na sua principal responsabilidade, que era girar as garrafas de vinho conforme determinava a norma. Eis que um dia (toda parábola tem “um certo dia...”), o responsável por fazer o famoso bolo de vinho da famosa vinícola, faltou (se não existe bolo de vinho, a parábola é minha, portanto...). O ser humano prestativo então, se prontificou a ajudar na confecção do bolo e é claro que nesta tarefa mais demorada, ele deixou de fazer o giro necessário nas garrafas de vinho da famosa vinícola, gerando uma perda considerável na qualidade do tal vinho que eles produziam. Desnecessário dizer que o ser humano prestativo foi chamado na chincha para ser devidamente dispensado de suas atividades e desnecessário dizer que ele não entendeu qual o motivo da sua dispensa, uma vez que ele foi ajudar na confecção do bolo tão famoso da loja da vinícola. Ele pensou “caramba, como que os turistas podem ficar sem o bolo de vinho?” sem entender que causou enorme prejuízo ao patrão pela queda de qualidade do vinho produzido. E viveram felizes para sempre. Fim da parábola. Para refletir, faço algumas perguntas: Quantas vezes você faz aquilo que acha que deve fazer e não faz aquilo que deveria fazer? Quantas vezes você pensa pequeno agindo por sua conta, desprezando o que acontece no sistema como um todo? Quantas vezes você pensa ser útil, ajudar e não é isso que acontece? Quantas vezes te falam isso e você não escuta? Tava pensando aqui...  

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